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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Dos movimentos russos no Oriente Médio: teremos um time de superpotências contra o ISIS?

Várias notícias tem destacado os recentes movimentos de expansão de forças russas junto ao território sírio: Janes, Sputnik, RTP, France Press, etc. O blog CAVOK apresentou uma foto interessante com uma visão de solo das aeronaves dispostas na cabeceira 17L do aeroporto internacional Bassel al-Assad, vale a pena conferir. Eis a visão aérea realizada de um satélite da Airbus Space & Defense:


Com interesses mormente antagônicos em um mundo globalizado e a beira de uma nova guerra fria, teriam a Rússia e os Estados Unidos da América formado uma coalização dissimulada para combater o exponencial crescimento da ameaça ISIS? É uma hipótese acreditada pelo famoso diário alemão Der Spiegel:

"...USA’s Central Intelligence Agency (CIA) and Russia’s Foreign Intelligence Service (SVR) are holding secret negotiations on joint actions against the Islamic State, German Der Spiegel writes. 

Recently US Secretary of State John Kerry remarked that the Russian support in the fight against the terrorists was welcomed. 

However, it is very likely that the opportunity for cooperation between Moscow and Washington, which Kerry talks about, to be at a much more advanced stage than the officially announced. 

Knowledgeable sources from the US intelligence comment that delegations of the CIA and the SVR held a meeting in the Russian capital. The talks were focused on possible military cooperation in the war in Syria..."

Em apertada síntese, os interesses das superpotências no endurecimento das ações contra o ISIS continuam diversos apesar da finalidade comum:

1)  a Rússia pretende: defender seu flanco sudoeste; resgatar um fustigado aliado histórico (a Síria de Bashar al-Assad); proteger outro aliado de uma escalada de riscos (o Irã); e óbvio - demonstrar poder e propaganda, ferramentas de dissimulação aplicáveis a crise no leste europeu.

2) os Estados Unidos da América pretendem: combater o terrorismo internacional enquanto mantém seu hegemônico papel de "polícia do mundo"; proteger um aliado histórico (Israel de Bibi' Netanyahu); evitar o desastre completo de um cenário de conflito recém abandonado (Iraque/Afeganistão);

Aqui é interessante conceber a visão estratégica de um ex-Menumeh de um dos mais eficientes e eficazes serviços secretos do mundo: me refiro a Efraim Halevy e ao Mossad.

"...The Russian move is aimed at saving the Bashar Al-Assad regime from collapse – Russia appears to be the only world power supporting the Syrian president’s survival unconditionally – although it is still unclear how it plans to achieve this goal. Through extensive guidance of new recruits in the dwindling ranks of the Syrian army? By arming the Iranian army and Hezbollah units with upgraded weapons? Where is President Vladimir Putin leading the Middle East?” he asked..."

Rússia e Estados Unidos da América lutando lado a lado parece uma alternativa remota no pós IIª Guerra Mundial. Porém indícios com razoável idoneidade apresentam essa possibilidade real. Decerto também não é exatamente "um time" - quiçá uma operação de tolerância para a mitigação urgente dos anseios fundamentalistas do malfadado califado e suas propaladas barbaridades. 

Na esteira dos fatos, exsurge nas últimas horas a notícia de que Israel e Rússia coordenarão esforços para militares na Síria, com o intuito de evitar confrontos desnecessários.

Em minha modesta opinião, se os esforços realizados forem capazes de exterminar a ameaça que representa o ISIS serão recompensados; o fundamentalismo islâmico desse grupo terrorista representa a pior faceta da humanidade e não deve restar impune.

Fontes:

http://www.janes.com/article/54709/russia-deploys-powerful-strike-group-to-syria

http://www.cavok.com.br/blog/imagens-aeronaves-russas-enfileiradas-em-latakia-na-siria/

4 comentários:

  1. Uma breve e resumida análise minha:

    Na 2° guerra mundial , EUA e URSS , mais os alidados , formaram uma aliança para combater um bem comum , o eixo.A guerra acabou , os 2 sairam vitoriosos e fortalecidos , então a "guerra" eclodiu novamente , mas entre as 2 potências.
    Agora no século XXI , 25 anos após a "vitoria" dos EUA sobre a URSS , a america e a Russia se voltam contra um mal comum , se conseguirem exito , será que uma nova "guerra fria" se inciará para valer?

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    1. Muitos dizem que já se iniciou a Nova Guerra Fria. Minha visão particular dos fatos se aproxima desta concepção, considerando especialmente o que já ocorreu na Ucrânia, em especial a anexação da Criméia. Outros entendem que está a beira de ocorrer - Mikhail Gorbachev, o líder da Perestroika está entre estes. E tem aqueles que dizem que nunca acabou, somente arrefeceu...

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    2. Sim , claro , concordo plenamente!
      Na minha concepção está a beira de começar , dependerá dos futuros movimentos internacionais da Russia , ai sim teremos um "cheque-mate" para o ínicio da GF

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    3. Ações preparativas já tomaram impulso. Não é coincidência ou um "ato de justiça social" a reaproximação americana de Cuba. Aliado histórico da ex-URSS, o teatro de operações cubano hospedou os momentos mais tensos da humanidade no confronto entre as superpotências em 1963. Retirar uma base do inimigo de seu quintal enquanto estabelece outra no quintal do inimigo é um movimento que na minha concepção revela que a "Nova Guerra Fria" já começou. Se é que a antiga efetivamente teve fim.

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